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Brasil

PF indicia Anderson Torres, Silvinei Vasques e outros por bloquear eleitores de Lula no 2º turno das eleições de 2022


Imagens da internet

A Polícia Federal (PF) indiciou o ex-ministro da Justiça Anderson Torres e o ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF) Silvinei Vasques, ambos membros do governo Jair Bolsonaro, por envolvimento em ações que impediram o deslocamento de eleitores do presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante o segundo turno das eleições de 2022. A investigação aponta que o bloqueio de estradas pela PRF teria como alvo principal a região Nordeste, onde Lula liderava nas pesquisas eleitorais.

Além de Torres e Vasques, quatro policiais federais que atuavam no Ministério da Justiça também foram indiciados: Alfredo de Souza Lima Coelho Carrijo, Fernando de Sousa Oliveira, Leo Garrido de Salles Meira e Marília Ferreira de Alencar. Todos foram enquadrados no artigo 359-P do Código Penal, que trata da obstrução de direitos políticos.

A operação da PF para investigar as ações desses agentes no dia 30 de outubro de 2022, data do segundo turno, revelou que as blitzes realizadas pela PRF causaram transtornos significativos ao trânsito de eleitores, especialmente no Nordeste, onde a preferência por Lula era evidente. A atuação da PRF foi interrompida somente após o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, então presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ameaçar prender os responsáveis pelas operações.

Segundo a PF, há indícios suficientes para demonstrar que os bloqueios de estrada não foram acidentais, mas sim parte de uma tentativa coordenada de dificultar o acesso dos eleitores de Lula às urnas. As investigações continuam em andamento, com a PF solicitando ao STF mais tempo para concluir os interrogatórios e apresentar o relatório final.

Anderson Torres foi preso em janeiro de 2023 sob a acusação de omissão nos atos golpistas ocorridos em 8 de janeiro. Sua soltura, autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes em maio, ocorreu após o ministro determinar que a prisão preventiva não era mais necessária para o andamento das investigações. Torres aguardará o desenrolar do caso em liberdade.

Silvinei Vasques, que também estava preso desde agosto de 2023 sob a acusação de interferir no segundo turno das eleições para favorecer Bolsonaro, teve sua prisão preventiva revogada em agosto de 2024. Moraes concluiu que os motivos que justificaram a detenção de Vasques já não se aplicam mais ao caso atual.

As ações da PRF no dia do segundo turno, especialmente no Nordeste, levantaram questionamentos sobre a imparcialidade da instituição. Na véspera da votação, Silvinei Vasques havia declarado publicamente seu apoio a Jair Bolsonaro, aumentando ainda mais as suspeitas sobre a conduta da PRF. Relatórios divulgados posteriormente indicaram que a força policial fiscalizou de forma desproporcional os veículos de transporte coletivo no Nordeste, com 2.185 ônibus inspecionados na região, contra apenas 571 no Sudeste.

Essas operações tiveram impacto direto no deslocamento dos eleitores, principalmente em áreas onde Lula possuía uma ampla base de apoio, sugerindo uma possível tentativa de influenciar o resultado das eleições.

A apuração desse caso segue sendo acompanhada de perto, com expectativa de novos desdobramentos conforme a PF avança nas investigações e reúne provas sobre a conduta dos envolvidos.

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