?Funcionários relatam dificuldades por não receberem da WJK Serviços de Engenharia e Consultoria: 'Dá a impressão de que o tempo da escravidão voltou'. Prefeitura diz que cancelou os contratos em que havia atraso nos pagamentos de funcionários e suspendeu a empresa de novas licitações.
Uma empresa de Fortaleza que está proibida temporariamente de licitar e fazer contratos com o governo federal (entenda abaixo) tem 52 contratos ativos com diversos órgãos da Prefeitura do Rio. O levantamento destes contratos foi obtido pelo vereador William Siri (Psol). No entanto, a Prefeitura do Rio alega que apenas dois vínculos ainda não foram cancelados.
Apesar dos acordos milionários, funcionários da WJK Serviços de Engenharia e Consultoria estão sem receber salários e benefícios da empresa há meses.
Desde 2019 até hoje, os 80 contratos com a prefeitura e a WJK somam mais de R$ 55 milhões – R$ 27 milhões já gastos e R$ 26 milhões a pagar.
A atuação da WJK no Rio teve início ainda na gestão anterior, de Marcelo Crivella (Republicanos). Ao todo, o ex-prefeito firmou sete contratos com a empresa, no valor total de R$ 2,2 milhões. Desse total, Crivella pagou R$ 1,086 milhão e deixou R$ 1,197 milhão para a gestão seguinte.
No poder desde 2021, o prefeito Eduardo Paes (PSD) fez outros 73 acordos com a WJK. São, aproximadamente, R$ 53 milhões em contratos para copeiras, maqueiros, recepcionistas e outros profissionais que prestam serviços de apoio na estrutura de órgãos públicos.
Os terceirizados recebem – quando recebem – no máximo dois salários mínimos.
O vereador William Siri (Psol), que recebeu as denúncias sobre os atrasos de salários, enviou ofícios ao Tribunal de Contas do Município (TCM), ao Ministério Público do Rio (MPRJ) e a Eduardo Paes pedindo explicações sobre o caso.
Para ele, a prefeitura precisa criar mecanismos de transparência e impedir que funcionários terceirizados fiquem sem receber.
Fonte: G1