Domingos Brazão, em meio a uma série de revelações, proferiu ameaças graves contra um colega do TCE/RJ em 2017. Segundo o relatório final da Polícia Federal (PF), as palavras ameaçadoras foram direcionadas a José Maurício Nolasco, em contexto de possível colaboração com autoridades.
"Se ele fizer isso, ele morre. Eu começo por um neto, depois um filho, faço ele sofrer muito, e por último ele morre", foram as palavras atribuídas a Domingos Brazão em relação a um suposto acordo de delação premiada envolvendo o MPF, a PF e Nolasco.
O incidente ocorreu no mesmo ano em que a Operação Quinto do Ouro foi deflagrada pelo MPF e PF, investigando corrupção tanto na Assembleia Legislativa quanto no TCE/RJ. Entre os detidos preventivamente estavam Aloysio Neves, então presidente do TCE, e Domingos Brazão, também membro do tribunal, além de outros indivíduos.
A investigação apontou que membros do TCE recebiam propinas de fornecedores de alimentos para presos e jovens em medidas de internação, além de favorecer empresas de transporte em inspeções da Corte. Tais valores eram provenientes do Fundo de Modernização do Tribunal.
Em uma reviravolta, José Lopes de Carvalho Júnior, outro conselheiro do TCE/RJ, em delação premiada, revelou que, antes das prisões, discutiu-se a possibilidade de José Maurício Nolasco colaborar com as autoridades.
O relatório da PF destaca que as ameaças de Brazão contra Nolasco foram relembradas em um contexto mais amplo, relacionado à investigação dos mandantes do assassinato da vereadora Marielle Franco e de seu motorista, Anderson Gomes.