Um novo capítulo do escândalo de corrupção que assola as unidades de saúde federais no Rio de Janeiro veio à tona com a exoneração do diretor do Departamento de Gestão Hospitalar (DGH), Alexandre Telles. Sua nomeação, indicada pelo Deputado Federal Dimas Gadelha (PT-RJ), foi questionada após uma investigação do programa Fantástico, da Rede Globo.
Desde maio de 2023, as denúncias de corrupção nos Hospitais Federais vêm ganhando destaque nos telejornais RJTV e RJ2 da TV Globo. As reportagens apontam para uma série de irregularidades, incluindo nomeações de pessoas ligadas ao Deputado Dimas Gadelha (PT) para cargos estratégicos, muitas delas provenientes de São Gonçalo. Além disso, a nomeação do advogado particular de Dimas, Gildo Souza, tem sido questionada.
As investigações revelaram não apenas favorecimento político, mas também a existência de uma porta acústica instalada no gabinete do diretor Abel Martinez, destinada a representantes comerciais e fornecedores, onde eram exigidos pagamentos e criação de vagas dentro das empresas contratadas.
A influência política também se estende aos hospitais de Bom Sucesso e Andaraí, onde o médico Jefferson Antunes Gomes, associado a Dimas desde sua gestão na Secretaria de Saúde de São Gonçalo, ocupa uma posição de destaque.
Documentos obtidos revelam uma situação alarmante nos hospitais federais. No Hospital Federal de Bonsucesso, cinco pacientes perderam a vida devido à falta de atendimento adequado. Enquanto isso, o Hospital do Andaraí enfrenta uma série de problemas, incluindo cirurgias suspensas, leitos fechados e o desaparecimento de equipamentos médicos valiosos, como um tomógrafo avaliado em R$ 1 milhão e um raio-x no valor de R$ 3 milhões.
O escândalo de corrupção nas unidades de saúde federais no Rio de Janeiro expõe uma situação preocupante e levanta questionamentos sobre a gestão e a fiscalização dessas instituições, assim como a necessidade urgente de medidas para garantir a transparência e a qualidade do atendimento à população.