Uma pesquisa realizada pela Quaest aponta que 41% dos brasileiros gostariam de mudar de país por causa da polarização política.
Houve um aumento no índice de "polarização afetiva", que trata do afeto dos eleitores em relação aos candidatos adversários aos seus – nesse caso, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
A pesquisa indicou que a "distância de amor/ódio para com os candidatos aumentou muito depois de 2018".
"A polarização significa mais distância entre os eleitores de candidatos opostos em termos de seus valores, ideias e visões sobre política. A calcificação significa menos vontade de desertar do seu partido, como romper com o presidente do seu partido ou até votar no partido oposto. Há, portanto, menos chance de eventos novos e até dramáticos mudarem as escolhas das pessoas nas urnas", afirma o levantamento.
Dessa forma, o último processo eleitoral e esse processo de "enrijecimento" levaram os eleitores a se tornarem "torcedores apaixonados", e a torcida independe da partida estar acontecendo agora ou já ter acabado.
"Essas identidades políticas em uma sociedade altamente polarizada, por sua vez, afetarão nosso comportamento político e cotidiano", aponta a pesquisa.
Ainda abordando o "efeito eleitoral", o estudo afirmou, por exemplo, que 41% dos brasileiros sairiam do país caso tivessem condições. O índice em dezembro de 2021 era de 29% e, em dezembro do ano passado, 37%.
Além disso, 35% dos brasileiros prefere assistir um canal de TV que apresente as opiniões com as quais concorda. E 32% reprovaria um casamento do filho com alguém que votou diferente.
Um em cada quatro brasileiros mudaria o filho de escola caso o local de ensino tivesse a maioria de pais que apoiou o candidato adversário ao seu nas eleições.
23% afirmou deixar de ouvir música de um artista que apoiou seu adversário, 19% deixa de comprar produtos de marca que apoiou seu adversário e 10% mudaria de igreja se o padre/pastor apoiou adversário.
A pesquisa Quaest será discutida no "WW – Edição de domingo", neste domingo (1º), às 22h, com a presença do CEO da Quaest, Felipe Nunes, a professora de Ciência Política da USP Elizabeth Balbachevsky e o professor do Instituto de Estudos Avançados da USP, José Alvaro Moisés.
Fonte: CNN Brasil
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