Com esse ajuste, o total de recursos congelados ao longo do ano chega a R$ 19,3 bilhões, um esforço contínuo para enfrentar o aumento das despesas obrigatórias. O detalhamento sobre quais áreas serão impactadas será divulgado no próximo dia 29, quando o Decreto de Programação Orçamentária e Financeira será publicado. Após isso, os órgãos terão até 6 de dezembro para definir quais programações serão afetadas.
O bloqueio foi necessário, principalmente, devido à elevação de R$ 7,7 bilhões nos gastos com benefícios previdenciários, além de R$ 612,1 milhões destinados ao Benefício de Prestação Continuada (BPC) e R$ 731,5 milhões para apoio financeiro aos estados.
Apesar dessa alta, houve compensações parciais em outras áreas:
Ainda assim, o governo optou por não realizar um contingenciamento, que seria necessário caso houvesse risco iminente de descumprimento da meta fiscal.
De acordo com o relatório, o ajuste permitirá ao governo estimar um resultado primário negativo de R$ 28,7 bilhões. Esse número está próximo do limite inferior da meta fiscal, que corresponde a um déficit de até 0,25% do Produto Interno Bruto (PIB), ou R$ 28,8 bilhões.
A decisão de evitar um contingenciamento reflete a avaliação de que, apesar das pressões no orçamento, o cenário permanece dentro dos limites planejados.
Com o detalhamento dos cortes pendente, especialistas avaliam que o governo enfrenta o desafio de equilibrar demandas obrigatórias crescentes com a necessidade de ajuste fiscal. O impacto nos serviços e programas ainda será avaliado após o detalhamento no final de novembro, mas a expectativa é de que medidas mais amplas sejam discutidas para 2025, caso as pressões orçamentárias continuem.
O arcabouço fiscal segue como peça-chave para a credibilidade econômica do país, mas o aumento das despesas previdenciárias e sociais reforça a urgência de discutir alternativas que garantam sustentabilidade a longo prazo.