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Rio de Janeiro

Professor e professora argentina indiciados por racismo após atos em roda de samba no Rio


Imagens da internet

A Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi) concluiu, nesta quarta-feira (20), a investigação sobre um caso de racismo envolvendo Thiago Martins Maranhão, de 41 anos, e a professora argentina Carolina de Palma. O casal foi indiciado após imitar movimentos e sons de macacos durante a roda de samba *Pede Teresa*, realizada em julho deste ano na Praça Tiradentes, no Centro do Rio. O episódio foi gravado por uma jornalista presente no evento e gerou ampla repercussão.

De acordo com a Decradi, as atitudes dos envolvidos foram classificadas como racistas e como perpetuadoras de desigualdades sociais. A delegacia destacou que a imitação de macacos remete a uma prática histórica de desumanização da população negra, frequentemente utilizada para discriminar e marginalizar esse grupo.

"Independentemente de qualquer justificativa de 'brincadeira', ações como essas reforçam estigmas e traumas que continuam a afetar a dignidade e os direitos humanos da população negra", explicou a autoridade policial ao concluir a investigação. O relatório foi enviado ao Ministério Público, que agora tomará as decisões sobre os próximos passos legais.

O crime de racismo no Brasil é considerado inafiançável e imprescritível, com penas que variam de 3 a 5 anos de reclusão. Até o momento, a defesa dos acusados não se manifestou oficialmente sobre o caso. O portal Rlagos Notícias entrou em contato com os advogados, mas não obteve retorno.

Testemunhas do evento corroboraram a denúncia. João Ricardo, de 37 anos, relatou ter presenciado o casal imitando os movimentos e sons de um macaco, o que causou estranhamento e desconforto. "Fiquei assustado ao ver os movimentos. Quando olhei novamente, percebi que a mulher estava fazendo o mesmo. Fiquei sem acreditar", contou João.

O casal estava na cidade a trabalho: Carolina de Palma participava de um evento acadêmico no Colégio de Aplicação da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), enquanto Thiago Martins, professor em São Paulo, estava de passagem pelo Rio.

A instituição onde Thiago lecionava, uma escola bilíngue de São Paulo, anunciou o desligamento do professor após o episódio, destacando seu compromisso com a diversidade e o respeito aos valores humanos.

Por outro lado, a Associação Orff-Schulwerk da Argentina, à qual Carolina de Palma é associada, saiu em defesa da professora, alegando que a imitação de animais, no contexto pedagógico, não possui conotação racista. A declaração gerou controvérsias, já que muitas organizações e movimentos sociais criticam qualquer tipo de comportamento que reforce estereótipos racializados.

O Fórum Latino-Americano de Educação Musical (Fladem), ao qual Carolina não está vinculada, também pediu uma investigação rigorosa do caso, ressaltando que qualquer ato de racismo deve ser tratado com seriedade, independentemente do contexto.

Este caso levanta importantes discussões sobre as formas de racismo que continuam presentes no cotidiano, até mesmo em situações que, à primeira vista, poderiam ser vistas como inofensivas ou como "brincadeiras". O episódio serve como um lembrete de que o combate ao racismo exige vigilância constante e ação decidida para desconstruir preconceitos enraizados na sociedade.

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