O presidente Luiz Inácio Lula da Silva abriu, nesta segunda-feira (18), a Cúpula de Líderes do G20 no Rio de Janeiro, um evento que destaca o Brasil no centro das discussões globais. Acompanhado da primeira-dama Rosângela da Silva, conhecida como Janja, Lula recepcionou chefes de Estado e governo no Museu de Arte Moderna (MAM), no bairro da Glória.
O evento é visto como um marco político e econômico, reforçando o papel do Brasil na mediação de temas globais cruciais, como o combate à fome, a redução das desigualdades sociais e as reformas na governança internacional.
Agenda do evento e novas iniciativas
A programação da cúpula começou oficialmente às 8h30, com a chegada das delegações ao MAM. O ponto alto da manhã foi o lançamento da *Aliança Global contra a Fome e a Pobreza*, uma iniciativa brasileira que já conta com a adesão de mais de 40 países. A proposta busca ações coordenadas para reduzir a insegurança alimentar, um problema que atinge milhões de pessoas em diversas nações.
O encontro, que se estende até terça-feira (19), abrange discussões em torno de três eixos principais:
1. Inclusão social e combate à pobreza
2. Transição energética e desenvolvimento sustentável
3. Reforma da governança global
Mais de 50 delegações participam do evento, representando cerca de 40 países e 15 organismos internacionais.
Participação global e segurança reforçada
Entre os líderes presentes estão Joe Biden (EUA), Emmanuel Macron (França), Xi Jinping (China), Narendra Modi (Índia) e Olaf Scholz (Alemanha). A cúpula também conta com a presença de representantes convidados, como Ursula von der Leyen (Comissão Europeia) e Abdel Fattah El-Sisi (Egito).
O esquema de segurança foi intensificado, especialmente para a chegada de Joe Biden, que aterrissou na capital fluminense na noite de domingo (17). O presidente americano trouxe veículos blindados e até um helicóptero, destacando o peso do encontro para os EUA.
Liderança brasileira em tempos de mudanças
Sob a presidência do Brasil, o G20 enfrenta desafios significativos, como o avanço de pautas climáticas e a necessidade de taxação de super-ricos. A recente eleição de Donald Trump nos EUA também adiciona um elemento de incerteza, uma vez que o ex-presidente americano tem se mostrado contrário a medidas de combate ao aquecimento global e outras agendas progressistas.
Lula, entretanto, tem reforçado o compromisso do Brasil em liderar debates globais com responsabilidade e equilíbrio. Após a cúpula, a presidência do G20 será transferida para a África do Sul, que sediará o evento em 2025.
Ausências notáveis e contexto político
A cúpula é marcada pela ausência de Vladimir Putin, presidente da Rússia, devido ao mandado de prisão emitido pelo Tribunal Penal Internacional (TPI). Também não compareceu Cyril Ramaphosa, presidente da África do Sul, enquanto Volodymyr Zelensky, da Ucrânia, não foi convidado, já que o país não integra o G20.
Essas ausências evidenciam os desafios geopolíticos e as tensões diplomáticas que permeiam o evento, reforçando a complexidade de alcançar consensos globais.
Impacto global e legado da cúpula
Ao sediar o G20, o Brasil reafirma seu protagonismo no cenário internacional. A escolha do Rio de Janeiro como palco do evento não apenas impulsiona o turismo e a economia local, mas também coloca o país em evidência nas discussões sobre o futuro global.
Com propostas ambiciosas e a articulação de alianças estratégicas, Lula busca consolidar um legado de liderança global e fortalecer o papel do Brasil como mediador em temas de interesse mundial.