Em uma série de depoimentos à Polícia Federal (PF), Daiane Dias, ex-companheira de Francisco Wanderley Luiz — autor da recente explosão na Praça dos Três Poderes, em Brasília — revelou que desde 2022 ele manifestava intenções de atacar ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). Segundo ela, Francisco se hospedou na capital naquele ano com o objetivo de "observar a movimentação" no STF, mas foi convencido por Daiane a desistir temporariamente de seus planos.
Conforme relatado, Francisco tinha um alvo claro: "eliminar qualquer um dos nove ministros do STF", disse Daiane em depoimento obtido pela TV Globo. Ela detalhou que conseguiu dissuadi-lo das intenções violentas em 2022, quando ele havia se estabelecido em uma quitinete em Ceilândia. Após insistência dela, ele retornou a Santa Catarina, onde o casal vivia na época, abandonando o plano sob o argumento de que deveria pensar na família.
Este ano, Francisco retomou a ida a Brasília, dessa vez sem aviso, e alugou novamente o mesmo imóvel. De acordo com Daiane, ele deixou a residência em Santa Catarina "sorrateiramente", indicando que não queria ser convencido a desistir de seu objetivo mais uma vez.
Em buscas realizadas pela PF no imóvel em Ceilândia nesta quinta-feira (14), agentes encontraram artefatos explosivos. A abertura de uma gaveta por um robô antibombas causou uma explosão intensa, reforçando a gravidade dos planos de Francisco. Daiane afirmou não acreditar que outras pessoas estivessem envolvidas, pois Francisco "não confiava em ninguém para compartilhar seus planos violentos." Contudo, ela admite a possibilidade de que, nos últimos meses em Brasília, ele possa ter encontrado apoio.
Conforme relatado, Francisco financiava seu plano com rendimentos de aluguéis herdados e dinheiro guardado de trabalhos como chaveiro e de vendas de bens. Daiane negou ter conhecimento prévio dos explosivos e afirmou que ele não a informou sobre a aquisição dos itens.
Daiane também revelou que Francisco nutria intenções explícitas de atacar o ministro Alexandre de Moraes. Em um momento do depoimento, ela afirmou que ele planejava "matar o ministro Alexandre de Moraes e quem mais estivesse junto no momento."
Essas novas informações reforçam a complexidade do caso e ressaltam a necessidade de investigação aprofundada sobre a origem dos materiais e eventuais contatos que Francisco possa ter feito em Brasília. A PF continua as investigações, buscando identificar se Francisco operava de forma completamente isolada ou se houve algum tipo de suporte local.